Em um certo dia um grupo de amigos estavam viajando em uma kombi, indo a uma festa. Eram quatro pessoas no total dentro da kombi. Havia drogas, bebidas, tudo para jovens aproveitarem a noite. Na estrada, iam fumando todo o caminho, até escurecer, e a nevoa começar. Ah! a nevoa.
Os quatro estavam conversando quando perceberam que a neblina havia chegado, ofuscando a vista. A kombi para. Todos se entreolharam e o motorista decidiu ir do lado de fora, checar o que tinha acontecido. Saiu do carro, checou o motor – nada de errado – checou as rodas e percebeu que uma estava furada. De dentro da kombi, os amigos não conseguiam ver o que acontecia. Viam apenas um vulto. Em poucos segundos o vulto sumiu, sendo encoberto por outro vulto maior. Os três se assustaram e decidiram chamar o amigo.
Os três estavam do lado de fora da kombi. Rodearam-na um pouco – mas sem sucesso – quando perceberam uma trilha que levava abaixo de uma ponte. Lembraram que viram o desaparecido levar um dos cachimbos, então deduziram que ele tinha descido para fumar. Foram andando até a entrada do local e perceberam que era muito escuro.
Ligaram a lanterna dos celulares e foram andando até a parte mais escura. Olharam ao redor e viram o cachimbo no chão. Procuraram mais ao redor do local mas não encontraram o amigo. Fumaram um pouco até que uma das meninas decidiu ligar para o desaparecido. Ela saiu da parte escura para pegar um sinal melhor do celular. Um celular começou a tocar. Olharam em baixo de algumas folhas e encontraram o celular do amigo banhado em sangue.
Depois de um susto usaram os celulares para enxergar melhor e viram que, espalhados pelo chão, havia alguns pedaços do que parecia ser carne. O que mostrou a situação aterradora que eles se encontravam foi um pedaço da camiseta do amigo desaparecido presa a um desses pedaços. Tentaram gritar para a amiga que estava longe voltar, mas era muito tarde.
Do meio das árvores saiu uma criatura pavorosa. Não tinha rosto, sua face era completamente branca. Sua única expressão era uma maldita cicatriz onde deveria ser o olho direito. Em seus dedos estavam costuradas grandes lâminas capazes de dilacerar um animal inteiro. Com um único pulo alcançou a menina e cortou sua cintura. A garota tentou gritar, mas com um movimento rápido e certeiro sua cabeça foi arrancada.
De repente a face da criatura começou a se desfazer até formar o que parecia ser uma boca. Seus dentes eram grandes e afiados. Ele abaixou a cabeça e devorou um grande pedaço do braço da menina morta. Engoliu rapidamente e voltou sua atenção aos dois jovens desesperados abaixo.
Nesse momento os jovens tentaram driblar a criatura passando por trás do pilar que sustentava a ponte, mas, infelizmente, pararam de frente a uma queda d’agua. Sem saída, eles olharam para trás, mas não havia nada no local. Eles correram o máximo que podiam para fora da escuridão e chegaram na kombi. Fecharam as portas e tentaram dar a partida. Nada aconteceu. O motor roncava como um porco, para logo depois morrer.
Eles ouviram um barulho em cima da kombi e, de repente, as lâminas entraram por cima da cobertura. Rasgou o metal como se fosse papel e colocou sua cabeça dentro do carro. Aquela única cicatriz arrepiava até a mais forte alma, a história por trás, pioraria a cabeça de qualquer pessoa levemente perturbada.
A criatura abriu sua “boca” e avançou na direção dos dois. Tentaram desviar, mas o garoto acabou tendo seu ombro cortado. Correram até a porta de trás da kombi e passaram para fora. A criatura virou na direção deles e correu até o final da kombi. Em poucos segundos ela alcançara eles e fincara suas temíveis garras por trás da moça. Um último suspiro foi dado até o momento que a criatura mordia a cabeça dela, arrancando-a e devorando-a.
O garoto se apavorou e continuou correndo, como se sua vida dependesse disso – e dependia -. A criatura o perseguiu durante todo o caminho, até próximo de um posto de gasolina. O garoto teve tempo de dar seu último grito, que foi abafado por lâminas atravessando seu crânio. Os homens do posto se assustaram e correram para ver o que acontecia.
Nem o menino e nem a criatura foram encontrados. Os outros jovens estavam mortos por todo o caminho. Drogas e sangue enchiam a kombi. Essa história passou a ser contada por todas as cidades próximas, enquanto o número de mortes e desaparecimentos aumentavam. Scar nunca foi encontrado, mas seu legado permaneceu por muitos anos.”
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